"Quando Pero Vaz de Caminha Descobriu que as terras brasileiras Eram férteis e verdejantes, escreveu uma carta ao rei: 'Tudo que nela se planta, tudo cresce e florece.' E o Gaus da época gravou."
Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés, os caminhões Aponta contra os chapadões, meu nariz
Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento No planalto central do país
Viva a bossa, sa, sa Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça
O monumento é de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulata A cabeleira esconde atrás da verde mata O luar do sertão O monumento não tem porta A entrada é uma rua antiga, Estreita e torta E no joelho uma criança sorridente, Feia e morta, Estende a mão
Viva a mata, ta, ta Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
No pátio interno há uma piscina Com água azul de Amaralina Coqueiro, brisa e fala nordestina E faróis Na mão direita tem uma roseira Autenticando eterna primavera E no jardim os urubus passeiam A tarde inteira entre os girassóis
Viva Maria, ia, ia Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
No pulso esquerdo o bang-bang Em suas veias corre muito pouco sangue Mas seu coração Balança a um samba de tamborim Emite acordes dissonantes Pelos cinco mil alto-falantes Senhoras e senhores Ele pões os olhos grandes sobre mim
Viva Iracema, ma, ma Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Domingo é o fino-da-bossa Segunda-feira está na fossa Terça-feira vai à roça Porém, o monumento É bem moderno Não disse nada do modelo Do meu terno Que tudo mais vá pro inferno, meu bem Que tudo mais vá pro inferno, meu bem
Viva a banda, da, da Carmen Miranda, da, da, da, da
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